sábado, 19 de julho de 2014

AS ASAS DE ÍCARO

AS ASAS DE ÍCARO


 Meter-se com reis dá nisto, Ícaro! -dizia o inventor Dédalo, desconsolado, ao seu filho,
que o observava.
Ambos estavam presos no labirinto de Creta, encomenda que o rei Minos fizera ao
próprio Dédalo para encerrar o Minotauro, flagelo da cidade. O Minotauro fora derrotado, mas
Dédalo caiu em desgraça com o rei, pois fornecera à princesa Ariadne o fio que ela entregou a
Teseu e o qual este usou para fugir do labirinto após matar o Minotauro. Minos, que não
esperava que Teseu derrotasse o monstro, passou a ver Dédalo como traidor e o fez provar, junto
com o filho Ícaro, um pouco do seu próprio remédio.
Um dia os dois estavam a contemplar o azul do céu, sentados em uma colina como de
hábito, quando Dédalo deu uma palmada repentina na testa:
— Já sei, Ícaro, o que faremos!
Sem dizer mais nada, começou a descer o rochedo, acompanhado pelo filho, que o seguia
apressadamente. O jovem sabia que o pai era muito inventivo e que estava sempre com a cabeça
cheia de novos projetos. Preferiu deixar que a idéia amadurecesse na cabeça do velho enquanto
desciam. Tão logo chegaram à base da ilha, o velho mandou.
— Vamos, pegue minhas ferramentas — disse o pai ao filho, antes de sair em busca de
alguma coisa.
Quando Dédalo retornou, seus braços estavam repletos de penas de aves, que ele abatera
com a eficiência de um experiente caçador.
— O que pretende fazer, pai, com todas estas penas? — disse Ícaro.
Sem responder, Dédalo começou a serrar pedaços de madeira. De suas mãos começaram
a surgir duas grandes armações, que lembravam o esqueleto de uma asa.
— O que é isto, uma fantasia? — perguntou Ícaro, ao ver o pai colar as penas nas varas
de madeira.
— Tudo se inicia pela fantasia, meu Ícaro... — disse o velho, com o ar sonhador.
Logo Dédalo tinha nas mãos um grande e alvo par de asas.
— Vamos, filho, me ajude a colocá-las nas costas!
Ícaro, que naturalmente já entendera o plano, ajudou-o, empolgado pela idéia. Nem bem
Dédalo terminara de colocar o par de asas às costas, seus pés começaram a se erguer do solo.
— Funciona! — exclamou Ícaro, sentindo no rosto suado o vento refrescante das asas do
pai.
— Vamos, Ícaro, vamos construir uma para você também!
Os dois passaram o resto do dia aplicados em aperfeiçoar o mecanismo das asas
artesanais.
— Aqui está a nossa liberdade! — disse o velho, ao colar as últimas penas nas armações.
— Mas serão sólidas o bastante para atravessarmos o oceano? — perguntou Ícaro.
— Claro! — respondeu Dédalo — O único cuidado que devemos ter é não nos
aproximarmos muito do sol, pois o calor poderia derreter a cera que prende as penas.
No dia seguinte, bem cedo, subiram para o alto da torre, cada qual carregando com
amoroso cuidado o seu par de asas. Exaustos, descansaram um pouco até que Ícaro, impaciente
para testar o seu equipamento, ajustou as suas asas às costas.
— Veja, pai, estou voando! — disse o rapaz, sem conter a sua euforia. Deu várias voltas
ao redor da torre, perdendo aos poucos o medo da altitude; seu pai também circundou a ilha
munido das asas para testar-lhes a resistência.
— Basta de preparativos! — disse Dédalo. — Vamos embora!
Pai e filho, juntos, colocaram os pés sobre a amurada, no ponto mais alto da torre; abaixo
deles o mar espumava, chocando-se violentamente contra os recifes negros que pontilhavam toda
a costa.
— Agora! — ordenou Dédalo.
Os dois lançaram-se ao ar, batendo os braços de maneira tão ritmada que pareciam dois
pássaros a dividir o azul do céu com as gaivotas, que os observavam pasmadas.
— Não se esqueça do sol! — dizia de vez em quando Dédalo, ao ver que Ícaro se
descuidava, subindo em demasia. No começo os dois lutaram um pouco com as correntes de ar,
que lhes roubavam momentaneamente o equilíbrio. Às vezes, o pai buscava Apolo nos braços do
filho, às vezes, o filho recorria ao auxílio do pai.
Já haviam deixado há muito tempo a ilha e agora não havia outro jeito senão mover os
músculos com vigor, tentando poupar ao máximo o fôlego. Dédalo ainda estava entregue ao
deslumbramento quando percebeu que seu filho havia desaparecido.
— Ícaro, onde está você? — disse, inquieto.
O jovem, muito distante dali, planava nas alturas. De olhos cerrados, Ícaro lançara-se
num vôo cego, para além das nuvens. Após haver ultrapassado a linha dos grandes e acolchoados
montes brancos, ficara pairando sobre eles, enquanto o sol arrancava um brilho intenso de suas
asas. Sua pele refletia um tom dourado, e parecia que ele era o próprio filho do Sol.
— Queria ficar aqui para sempre! — disse, inebriado de liberdade.
Enquanto agitava as asas, percebeu que uma grande pena roçou-lhe o nariz. Seus olhos a
acompanharam rodopiando pelo espaço sem limites até desaparecer misturada ao branco das
nuvens.
Ícaro passou as costas das mãos sobre a testa suada. Uma deliciosa rajada de vento
refrescou sua pele ao mesmo tempo em que percebeu que um grande tufo de penas espalhava-se
ao seu redor, como se um imenso travesseiro tivesse sido rasgado e esvaziado de todo o seu
conteúdo. Grossos fios de cera derretida escorriam pelas armações, alcançando os seus braços.
Com um grito de medo, Ícaro percebeu que a estrutura das asas se desfazia. Procurou esconderse
sob as nuvens, mas o sol tornara-se tão intenso que desmanchava as próprias nuvens, Ícaro
percebeu que era o seu fim:
— Socorro, pai! — gritou.
Entretanto, sua voz perdeu-se no vácuo. Seu pai, longe dali, estava impotente para lhe
prestar qualquer auxílio. Desistindo, afinal, de tentar recuperar altura, Ícaro abandonou-se ao
destino, indo cair nas águas revoltas do oceano.
Enquanto isto, Dédalo vasculhava os céus.
— Ícaro, meu filho, responda! — clamava inutilmente.
Durante muito tempo o velho vagou, fugindo sempre ao calor do sol, até que avistou
sobre as ondas algumas penas. Sobrevoando mais um pouco o local. Dédalo acabou por avistar o
corpo do filho jogado às margens de uma das praias. Depois de tomá-lo nos braços, ficou um
longo tempo abraçado a ele. Com o coração despedaçado, como as asas de Ícaro, Dédalo o
enterrou no mesmo local, que passou a se chamar Icária, em sua homenagem. by Valério Graciano

O PODER E A RUÍNA DA UNIÃO SOVIÉTICA


O AVIÃO DA MALÁSIA E O CZAR CONTEMPORÂNEO
Em 1999, A Rússia de Boris Yeltsen era um caos. Há mais de um ano o país não conseguia pagar sequer um tostão da sua dívida externa.A capacidade de importação de bens e alimentos havia caído brutalmente. Funcionários do governo não viam seu salário fazia meses. Os alimentos escasseavam, era visível o desalento da população. O exército saíra derrotado da guerra da Chechênia, um pequeníssimo país localizado ao sul do território russo. Em meio a tal processo de decomposição política, o combalido presidente Yeltsen tentava, inutilmente, sobreviver. A experiência histórica tem mostrado, no entanto, que, em momentos assim, de grande fragilidade coletiva, é que costumam aparecer os salvadores da pátria. Pois eis que na Rússia do final do século XXI surge, então, do nada, um homem rígido, acostumado ao comando, um homem cujo caráter foi lapidado no mundo subterrâneo da contrainformação e da espionagem, um homem cujo nome era até então totalmente desconhecido da opinião pública do país: o oficial da KGB Vladimir Putin. Putin havia desenvolvido sua carreira na polícia secreta russa nos tempos de transição e a KGB, em 1999, ainda era o mais poderoso organismo remanescente do estado soviético. Em meio ao caos, Putin torna-se a solução. Assume o governo e exerce o seu primeiro mandato presidencial de 2000 a 2004. De lá para cá, com uma bem urdida sequência de artimanhas e estratagemas, conseguiu garantir para si o poder por nada mais nada menos que 24 anos ininterruptos. Em 2024 Putin ainda será o presidente da Rússia. Por meios pouco transparentes, utilizando o peso de sua mão de ferro, Putin mudou a lei para tornar-se o verdadeiro czar contemporâneo da nova Rússia. Sua permanência no topo do comando do estado, quando o ano de 2024 chegar, terá sido maior do que a de muitos imperadores da velha Rússia. Recentemente, quando eclodiu a crise da Ucrânia, Putin, ao invés protagonizar um acordo pacífico e reintegrador, agiu na direção contrária: ocupou a região da Crimeia, estimulou o separatismo, enfraqueceu o movimento de Kiev, fortaleceu e armou os grupos rebeldes do leste e do sul e lhes garantiu todo o apoio logístico a partir da fronteira. Enfim, sustentou e ampliou as tensões que acabaram por levar o país a um estado de guerra civil. Ao ler nos jornais, de ontem para hoje, que os rebeldes armados da Ucrânia teriam derrubado um avião de passageiros da Malaysian Airlines com um míssil, pensei, é claro - em primeiro lugar - nas vidas que se perderam. Nas dezenas de cientistas e militantes da causa do combate à AIDS no mundo que faleceram no desastre. Essas pessoas farão uma falta imensa à humanidade. O planeta levará anos para formar quadros de especialistas desse nível e qualidade. Abre-se uma imensa lacuna na Organização Mundial da Saúde. Por fatídica coincidência, o avião da Malaysian cruzou o espaço aéreo de uma zona de guerra. Então pensei nesse homem que não moveu uma palha pela construção da paz, quando isso estava ao seu alcance. Pensei nesse homem que, ao contrário, não hesitou um só instante em estimular as tensões militares de fronteira, visando, de forma calculista, açambarcar mais terras e poder. Pensei nesse homem que, enfim, poderia ter evitado que essa região se tornasse uma região de disparos de mísseis - e não o fez. Falo desse homem que fez de si mesmo um czar russo contemporâneo: Vladimir Putin.

SEMPRE HAVERÁ UM RECOMEÇO

RECOMEÇAR

Não importa onde você parou,
em que momento da vida você cansou,
o que importa é que sempre é possível
e necessário "Recomeçar".

Recomeçar é dar uma nova
chance a si mesmo.
É renovar as esperanças na vida
e o mais importante:
acreditar em você de novo.

Sofreu muito nesse período?
Foi aprendizado.

Chorou muito?
Foi limpeza da alma.

Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia.

Sentiu-se só por diversas vezes?
É por que fechaste a porta até para os outros.

Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da tua melhora.

Pois é!
Agora é hora de iniciar,
de pensar na luz,
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.

Que tal um novo emprego?
Uma nova profissão?
Um corte de cabelo arrojado, diferente?
Um novo curso,
ou aquele velho desejo de aprender a pintar,
desenhar,
dominar o computador,
ou qualquer outra coisa?

Olha quanto desafio.
Quanta coisa nova nesse mundão
de meu Deus te esperando.

Tá se sentindo sozinho?
Besteira!
Tem tanta gente que você afastou
com o seu "período de isolamento",
tem tanta gente esperando apenas um
sorriso teu para "chegar" perto de você.

Quando nos trancamos na tristeza nem
nós mesmos nos suportamos.
Ficamos horríveis.
O mau humor vai comendo nosso fígado,
até a boca ficar amarga.

Recomeçar!
Hoje é um bom dia para começar
novos desafios.

Onde você quer chegar?
Ir alto.
Sonhe alto,
queira o melhor do melhor,
queira coisas boas para a vida.
pensamentos assim trazem para nós
aquilo que desejamos.

Se pensarmos pequeno,
coisas pequenas teremos.

Já se desejarmos fortemente o melhor
e principalmente lutarmos pelo melhor,
o melhor vai se instalar na nossa vida.

E é hoje o dia da Faxina Mental.

Joga fora tudo que te prende ao passado,
ao mundinho de coisas tristes,
fotos,
peças de roupa,
papel de bala,
ingressos de cinema,
bilhetes de viagens,
e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados.
Jogue tudo fora.
Mas, principalmente,
esvazie seu coração.
Fique pronto para a vida,
para um novo amor.

Lembre-se somos apaixonáveis,
somos sempre capazes de amar
muitas e muitas vezes.
Afinal de contas,
nós somos o "Amor".
Paulo Roberto Gaefke  by Valério Graciano

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